Em 2009, São Luís deu os primeiros passos para a adoção de um novo método de aproveitamento da radiação em diagnósticos e terapêuticas de saúde, a medicina nuclear. O Serviço está instalado no Hospital São Domingos, sob a coordenação do médico Wawrwyk Mendonça, e utiliza aparelhos de alta tecnologia, que podem ser utilizados nas mais diversas especialidades médicas.
As técnicas de medicina nuclear são utilizadas em diversas partes do mundo. Para a realização dos exames e do tratamento, o São Domingos dispõe de dois aparelhos, a Gama Câmara e o PET-CT, que realizam a cintilografia e o pet-scan. Segundo Wawrwyk Mendonça, a quantidade de radiação utilizada pelos equipamentos é muito pequena. “Apenas o suficiente para fornecer a informação diagnóstica necessária. E os benefícios são enormes”, garante ele.
A Cintilografia tem aplicações principais na cardiologia, nefrologia, urologia, pediatria, endocrinologia, dentre outras especialidades. O pet-scan, por sua vez, é especialmente utilizado na Oncologia para o estadiamento, restadiamento, controle pós-quimioterapia e radioterapia e segmento de diversos tipos de câncer. “Esse exame se tornou, nos últimos anos, uma das mais eficazes ferramentas inovadores no combate ao câncer”, ressalta Wawrwyk.
Como funciona - As informações recebidas pela cintilografia e pelo pet-scan podem ser impressas em filme radiográfico ou papel fotográfico. Na interpretação destas imagens, o médico nuclear leva em consideração a distribuição e quantificação do radiotraçador no órgão em estudo, analisando a anatomia e o funcionamento do mesmo. “Isso é feito com pequenas quantidades de radiação, através de materiais que chamamos de radiotraçadores ou radionuclídeos para realizar exames de diagnóstico por imagens e tratamentos específicos”, explica o médico.
De acordo com Wawrwyk Mendonça, os exames de Medicina Nuclear tem diversas vantagens. “Além de detecção precoce das alterações do organismo, são técnicas de realização simples para os pacientes, não invasivos e de baixa morbidade”.
O presidente do São Domingos, Hélio Mendes da Silva, conta que o Serviço de Medicina Nuclear irá contribuir decisivamente para a melhoria de qualidade e de relacionamento com praticamente todas as especialidades médicas. “E esse intercâmbio entre o médico nuclear e especialistas de outras áreas médicas beneficiará de forma significativa o manuseio e cuidado dos pacientes”, destaca ele. “Isso acontece no momento em que vários novos métodos de imagem surgem e se impõem, caminhando juntamente com as evoluções tecnológicas em paralelo e, eventualmente, em substituição a outros métodos, principalmente invasivos”, acrescenta Wawrwyk Mendonça.
Hélio Mendes da Silva destaca que o São Domingos está em permanente busca e aquisição de metodologias de tratamento e serviços e que a medicina nuclear faz parte dessa estratégia. “Um hospital é uma obra inacabada. Ao menos os que se propõem a ser referência de saúde, que é o nosso caso. Por isso não poupamos esforços, até porque sabemos da competência e qualidade de nosso corpo técnico. Esse novo serviço vem ampliar o já existente robusto parque tecnológico e de material humano do São Domingos a serviço de seus pacientes”.
Saiba mais - A medicina nuclear permite observar o estado fisiológico dos tecidos de forma não invasiva, por meio da marcação de moléculas participantes nesses processos fisiológicos com isótopos radioativos. Esse material denuncia sua localização por emitir uma radiação nuclear e é a partir daí que se formam imagens e filmes com informações sobre o estado funcional dos órgãos. A maioria das técnicas usa ligações covalentes ou iônicas entre os elementos radioativos e as substâncias alvo, mas hoje já existem marcadores mais sofisticados, como o uso de anticorpos específicos para determinada proteína, marcados radioativamente.
Matéria publicada no jornal O Imparcial (domingo, 03/11/2013)