Recentemente, o Hospital São Domingos(HSD) iniciou uma exposição de quadros do artista plástico Benilton Ferreira em corredores e recepções. “O hospital conta com um projeto chamado ‘Terapia das Cores’ e está com exposições de telas em vários setores. Mas, o projeto é muito mais abrangente, envolvendo também a participação ativa dos pacientes na confecção de telas, permitindo uma livre expressão de sentimentos”, conta Jandira.
Para o artista, ter suas obras expostas significa a valorização de seu trabalho, além de mostrar para as pessoas que “a arte também pode ajudar na recuperação do paciente”. Benilton considera a ação inovadora na cidade. “Já fiz exposições em shoppings, loja de construção e em prédios públicos, mas aqui, no hospital, é visível que o ambiente fica mais tranquilo, agradável, porque a arte é um vetor de qualidade de vida”, ressalta.
Avanilton de Almeida, auxiliar de construção, tirou alguns minutos para apreciação dos quadros e revela: “Uma exposição assim, no hospital, abre a nossa mente e faz a gente esquecer os problemas por alguns minutos”.
Arteterapia
Recursos artísticos para auxiliar no tratamento terapêutico. Este é o conceito de arteterapia, uma técnica que vem sendo muito utilizada em países europeus, como a França. No Brasil, ela está se tornando cada vez mais comum no ambiente escolar, empresarial e hospitalar.
Nesse último caso, a arteterapia ajuda o processo criativo do paciente; diminui estresse; proporciona equilíbrio físico, mental e espiritual e, sobretudo, na evolução positiva de seu quadro clínico. Esse método consiste, ainda, na criação de material, sem a preocupação estética e, sim, na expressão de sentimentos e emoções. “Vale ressaltar que a arte, em suas diversas facetas (música, pintura, oficinas, leituras, entre outras), estimula a curiosidade e incentiva o gosto pela expressão artística”, explica a coordenadora do setor de psicologia do HSD, Jandira Uchôa.
Especialistas explicam que esse tipo de terapia contribui também com o tratamento de pacientes com câncer, podendo levá-los a enfrentar e conviver com as experiências de dor, perda e, consequentemente, as próprias dificuldades do tratamento.
Neste sentido, o Hospital São Domingos, por meio do grupo de humanização, vem aderindo à técnica desde o dia das mães, quando crianças se reuniram para criar os cartões que seriam entregues para as suas próprias mães. A ideia, segundo integrantes do grupo, é tornar o hospital um ambiente cada vez mais agradável e mais humano aos seus frequentadores, além de integrá-los às pinturas e também aos espaços.