Saúde

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Casos de Covid-19 podem causar alterações na deglutição, alerta especialista

A incidência da Covid-19 está tornando, cada vez mais comum, casos de disfagia entre a...
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Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 19/03/2021

A incidência da Covid-19 está tornando, cada vez mais comum,  casos de disfagia entre a população. O distúrbio é caracterizado pela dificuldade do transporte do bolo alimentar ou da saliva da cavidade oral até o estômago, e pode evoluir para óbito, se não for diagnosticada precocemente e tratada.  Por isto, neste Dia Nacional de Atenção à Disfagia, 20 de março, o coordenador do serviço de Fonoaudiologia do Hospital São Domingos, Cleyton Amorim, alerta para a importância de diagnosticar e tratar a disfagia.  

“Agora, com a pandemia, observamos muita alteração de deglutição nos pacientes acometidos pela Covid-19 e isso se dá principalmente naqueles que estão mais graves, que ficam muito tempo internado na UTI,  que vão para a traqueostomia, que ficam entubados por muito tempo, adquirindo falta de coordenação entre a deglutição e a respiração, por conta do quadro respiratório e que, muitas vezes, leva à fraqueza muscular generalizada e até mesmo a alteração neurológica”, explica Cleyton Amorim.   

Além da dificuldade e dor ao engolir, são também sintomas da disfagia, tosse, engasgo, pneumonia de repetição e perda de peso.  O problema pode surgir em qualquer pessoa e em todas as idades - desde o recém-nascido até o idoso, mas as mais suscetíveis são pacientes com doenças neurológicas; câncer, como de cabeça e pescoço; mal de Parkinson, Mal de Alzheimer,  AVC;  pessoas que ficam muito tempo internadas por longos períodos na UTI ou entubadas e, agora, tem surgido também  em algumas com Covid-19.  

Como identificar  

Quando a pessoa começa a ter alteração na voz,  tosse e  engasgo após a alimentação, precisa dar atenção a estes sinais e procurar um médico ou fonoaudiólogo para avaliação e diagnóstico.  “O envelhecimento também é um fator de risco. Então, às vezes o idoso tem pigarro constante após a alimentação ou fica dispneico e cansado,  e deve procurar o especialista para uma avaliação”, complementa o fonoaudiólogo.  

No caso de pacientes de risco internados em hospitais, devem ser avaliados pela equipe de fonoaudiologia, 24 horas após a internação, para que seja feito o diagnóstico e o acompanhamento durante todo o período em que ficará no hospital até a alta, mas  o tratamento tem que ser mantido após a alta.   

Ele informa ainda, que o diagnóstico  precoce é importante para evitar consequências da doença,  como desidratação, desnutrição e  pneumonia por broncoaspiração (entrada de alimento ou saliva no pulmão) e  evitar a mortalidade e a morbidade.   

Tratamento  

“O tratamento é multiprofissional e engloba o fonoaudiólogo, médico, fisioterapeuta, nutricionista e vários outros profissionais. A disfagia é um sintoma que está por trás de outra doença, daí a importância do diagnóstico precoce. Além do sintoma, precisamos tratar a causa”, afirma o coordenador.  

As formas de tratamento são uso de medicamentos, exercício de fortalecimento da musculatura da boca e  da língua, ajudando a pessoa a engolir melhor. É feito também  ajuste da consistência, volume e temperatura do alimento e busca-se alternativas de alimentação, além de  trabalho do quadro respiratório. Nos casos em que a disfagia ocorre na fase esofágica, pode ser necessária cirurgia para tratar o paciente.   

O fonoaudiólogo alerta que o diagnóstico precoce é essencial  e o primeiro passo, ao sentir um ou mais sintomas, a pessoa deve se consultar com um fonoaudiólogo. “Aqui no Hospital São Domingos, por exemplo, realizamos e exame considerado o Método Ouro, utilizado mundialmente, na avaliação da deglutição, o videodeglutograma. Como prevenção, acompanhamos os pacientes internados e os atendidos no ambulatório”, detalha Cleyton Amorim.

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