Saúde

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Câncer de mama

Os dados sobre o câncer de mama no Brasil ainda são alarmantes...
ESD
Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 28/10/2013

Os dados sobre o câncer de mama no Brasil ainda são alarmantes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), só para 2013, esperam-se, para o país, 52.680 casos novos da doença, com risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Apesar dos altos índices, as ações de prevenção estão possibilitando a detecção precoce e os tratamentos, cada dia mais eficientes, oferecem altas chances de cura aos pacientes. 

Há algumas décadas, quando surgia um tumor, o procedimento de retirada total da mama e do músculo que fica abaixo dela era o mais adotado para tratar da doença. Com a retirada integral, a cirurgia costumava estigmatizar e causar desconforto às mulheres. Hoje a situação se alterou um pouco. “Tem-se oferecido procedimentos menos invasivos, indicando, sempre que possível, a cirurgia conservadora, que é a retirada parcial da mama, associada em alguns casos à reconstrução por meio de cirurgia oncoplástica”, explica o mastologista José Pereira Guará. 

A cirurgia reconstrutiva pode ser imediata ou tardia.  “Tudo depende da indicação médica e de uma prévia conversa com a paciente. Às vezes, ela opta por nem fazer a reconstrução, mas isso é muito relativo”, conta a mastologista Ana Gabriela Caldas Oliveira.

Sobre o assunto, José Pereira Guará ressalta que a técnica, bem como diversos outros procedimentos oncológicos, estão disponíveis não apenas no serviço privado. “Na rede pública, pelo Sistema único de Saúde, são oferecidas cirurgias para o tratamento do câncer de mama, o que inclui as reconstruções imediatas. Isso é estabelecido por Lei”, afirma o médico referindo-se às leis nº 9.797/1999 e nº 12.802/2013. “Só quando não há recursos técnicos, o SUS está desobrigado de oferecer o tratamento”, completa o mastologista. 

Progressos – José Pereira Guará ressalta que a medicina tem avançado bastante no tratamento do câncer. Ele, assim como diversos outros mastologistas e oncologistas que tem participado da Campanha Outubro Rosa do Hospital São Domingos, destaca que os tratamentos contra o câncer estão passando por muitos avanços. “A pesquisa tem nos possibilitado entender que o câncer de mama tem um comportamento diferenciado, de acordo com a identidade genética do tumor. Isso me ousa dizer que cada paciente tem uma doença própria e, por isso, não cabem mais tratamentos padronizados e rígidos”, revela. 

O médico diz que, atualmente, os tratamentos estão mais refinados, exatamente pelo maior conhecimento que se tem da doença. “A quimioterapia, a radioterapia, os tratamentos alvo, todos avançaram com o intuito de oferecer maiores taxas de cura, com menores efeitos colaterais e menos comprometimento da qualidade de vida da paciente com câncer”, diz. 

A mastologista Gláucia Mesquita ressalta que os tratamentos são ainda mais eficazes quando a doença é descoberta nos estágios iniciais. Daí, um dos pontos principais das palestras da Campanha Outubro Rosa ser a prevenção. “O autoexame é importante, deve ser feito permanentemente, mas é importante que sejam feitos, ainda, outros exames. Alguns tumores só podem ser detectados por meio de procedimentos mais acurados, como a ultrassonografia e a mamografia”, alerta. 

O rastreamento é importante, sobretudo a partir dos 40 anos. “É fundamental salientar que ainda não há uma medida capaz de evitar o câncer de mama, mas com o diagnóstico precoce, o tratamento é menos agressivo e as chances de cura são muito maiores”, acrescenta José Pereira Guará. 

Novos comportamentos – Embora sempre tenha existido, não se pode negar que os casos de câncer de mama tem-se ampliado nos últimos anos, a ponto de ser considerada uma doença moderna. Esse crescimento acontece em países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha e Japão. O Brasil segue essa tendência. Segundo Guará, a mudança no perfil feminino é um dos principais fatores causadores desse crescimento. “As mulheres engravidam menos e cada vez mais tarde, tem uma vida mais sedentária, nem sempre conseguem ter hábitos alimentares saudáveis, fazem jornada dupla (no trabalho e em casa), ou seja, estão submetidas a uma carga intensa de estresse. Isso faz parte do ganho social que as mulheres tiveram nos últimos anos, mas pode acarretar em problemas de saúde”, explica. 

Ao mesmo tempo, o índice de mortalidade pela doença, nos países desenvolvidos, tem caído vertiginosamente, devido à adoção de programas de rastreio populacional, com a convocação de mulheres, a partir dos 40 anos, para exames de mamografia. “É uma medida simples, mas eficaz e que gera resultados”, finaliza José Pereira Guará. 

Matéria publicada no jornal O Imparcial (domingo, 27/10/2013)

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