Saúde

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Dois estudos do Hospital São Domingos serão apresentados em conferência na Malásia

Apresentação ocorrerá no International Society for Quality in Healthcare (ISQua)
ESD
Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 06/06/2018

         Dois estudos científicos realizados pela Unidade de Internação Clínica do Hospital São Domingos serão apresentados no International Society for Quality in Healthcare (ISQua), que ocorrerá de 23 a 26 de setembro, na Malásia. A conferência, que está na 35ª edição, é um dos mais importantes eventos científicos do mundo na área de qualidade de cuidados em saúde em internações.

    Serão defendidos dois estudos:  “Impacto do tempo de hospitalização e da clínica relacionado ao processo de readmissão hospitalar” e “Impacto do risco nutricional na readmissão hospitalar”, elaborados a partir dos dados de readmissão na Unidade de Internação Clínica, coletados em 2017. 

     De acordo com a coordenadora da Unidade de Internação Clínica do HSD, Joenvilly Cardinele, os estudos foram importantes porque a reinternação do paciente após 30 dias de sua alta pela mesma causa ou piora do quadro é indicador negativo para a instituição e isso implica em várias outras questões, pois aumenta os custos hospitalares, diminui a satisfação do cliente e compromete a imagem do serviço.

      No estudo sobre o “Impacto do risco nutricional na readmissão hospitalar”, identificamos uma correlação nutricional importante. Logo na admissão, avaliamos se o paciente tem risco iminente para desnutrição e constatamos que na população pesquisada, que estatisticamente parece existir relação direta entre os pacientes que têm o risco nutricional aumentado e a reinternação”, adianta o nutricionista Eliakim Mendes.

        A avalição nutricional inicial permite a identificação de dados essenciais para que se faça a associação de qual patologia terá demanda metabólica maior, se o paciente vai ter perda de peso, se isto é reflexo da alimentação inadequada ou da própria patologia e outros pontos. “Sabemos que a nutrição é um fator importante para a recuperação do paciente, por isso a incluímos no estudo e como queremos prevenir essas reinternações, precisamos saber como atuar de forma direta com esses pacientes, conhecendo seus perfis e o que os trazem de volta ao hospital”, completa.

       E no segundo estudo que será apresentado no evento, que aborda a respeito do “Impacto do tempo de hospitalização e da clínica relacionado ao processo de readmissão hospitalar”, onde avaliamos por quanto tempo ficou internado e o desfecho, ou seja, se foi para casa, para a UTI ou se utiliza homecare. Evidenciamos que os pacientes readmitidos tiveram um tempo de internação maior que a meta estabelecida de 5 dias e tiveram como causa da readmissão a piora clínica, ou seja, havia correlação com a internação anterior, descreve Josafá Barbosa. 

 Pesquisa 

      A partir dessas informações, o grupo responsável pelos estudos, optou por realizar uma pesquisa macro, que teve início em março de 2018 e irá até março de 2019, cujo objetivo é compreender as causas das reinternações, o que elas têm em comum, identificarmos se um paciente apresenta riscos tem de reinternar e assim, prevermos as readmissões. Estão sendo utilizadas duas ferramentas, uma que avalia se o paciente tem risco baixo, moderado ou alto de reinternação, que é o LACE, e uma outra que nos direciona a orientar melhor os pacientes de risco durante o processo de alta, o RED”, explica o enfermeiro Josafá Barbosa.

 Conclusões   

      O estudo macro, iniciado recentemente, já mostrou que o paciente pode sinalizar que tem risco de reinternar e muitos reinternam por não terem recebido orientação suficiente na hora da alta.   

       “Através de medidas simples, como orientação do paciente no momento da alta, podemos prevenir que ele retorne ao hospital em menos de 30 dias. Vimos que quando o paciente não adere adequadamente ao tratamento, por não ter sido devidamente orientado na alta, há tendência em ser readmitido, logo esse estudo tem contribuído para incluirmos essas orientações em nossa rotina de alta”, afirma Joenvilly Cardinele.     

         Ela diz que o trabalho é feito da seguinte forma: quando o paciente é internado, a equipe aplica o score e se ele tiver risco moderado ou elevado, fica sendo monitorado. No dia da alta, um dos enfermeiros fornece todas as orientações para serem seguidas em casa e checa se o mesmo compreendeu o que foi repassado. 

     “O paciente sai daqui com as orientações impressas e no terceiro dia após a alta, ligamos para ele a fim de verificarmos se ficou alguma dúvida e fazer os devidos esclarecimentos, e se as orientações estão sendo seguidas corretamente. No 31º dia, realizamos uma segunda ligação para saber se durante esse tempo ele precisou utilizar os serviços de emergência ou reiternar aqui ou em outro hospital”, complementa.         Joenvilly Cardinele diz que “nosso objetivo maior é que o paciente tenha alta com segurança  e não precise retornar pela mesma causa ou alguma complicação. Com esse trabalho esperamos prevenir a reinternação não planejada, melhorar a qualidade da assistência”, afirma. 

       A apresentação dos estudos na conferência internacional, para a coordenadora, mostra para o mundo que o Hospital São Domingos faz ciência, busca melhoria continuamente e implementa ações pioneiras “Esse score ainda não é validado no Brasil e caso consigamos isso, seremos o primeiro hospital do país a aplicá-lo, ou seja, daremos mais essa grande contribuição para nossos pacientes e para a sociedade”, conclui Joenvilly Cardinele.

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