SÃO LUÍS - A sepse é um problema grave, considerado o principal causador de mortes no mundo. Na semana passada, a atriz e cantora Rogéria foi uma das milhares de vítimas desse problema. A celebridade morreu na segunda-feira (4) de uma infecção urinária que progrediu a um quadro de choque séptico. Além da elevada mortalidade, o número de pessoas que apresentam sepse vem crescendo nos últimos anos. A chance de pacientes sobreviverem à sepse é muito dependente do tempo em que se reconhece esta doença e que é iniciado o tratamento.
Isso fez com que em 2017 a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhecesse a sepse como um problema global de saúde pública e propusesse ações de prevenção, diagnóstico e tratamento para mudar esta realidade. Entre elas está a conscientização da população sobre esse problema. O dia 13 de setembro marca o Dia Mundial da Sepse. Nesta data, em várias cidades do mundo, ocorrerão atividades de conscientização da população. Em São Luís, o time da Sepse do Hospital São Domingos promoverá diversas ações em uma campanha denominada de 2ª Semana de Combate à Sepse do HSD.
A campanha realizada pelo Hospital São Domingos, que ocorrerá entre 13 e 16 de setembro, contará com várias ações educativas voltadas aos profissionais da saúde e a população. O objetivo é alertar a todos sobre este problema, auxiliando na prevenção, promovendo seu rápido reconhecimento e trazendo o conhecimento mais moderno do seu tratamento aos profissionais de saúde.
De acordo com a enfermeira coordenadora da UTI do Hospital São Domingos e membro do time da Sepse, Widlani Sousa Montenegro, grande parte da população desconhece a Sepse, o que é muito preocupante. "A Sepse é uma resposta desorganizada do organismo a uma infecção, que começa a agredir seus próprios tecidos e órgãos e pode levar à morte. Por isso, precisamos informar a população sobre o que é essa condição e conscientizá-la sobre a necessidade de saber identificar os sinais e de procurar imediatamente o socorro médico.
“Antes, a sepse era conhecida como infecção generalizada. Hoje sabemos que a infecção ocorre na maioria das vezes em um local do organismo, por exemplo, nos pulmões, mas essa infecção gera um inflamação em todo organismo, uma inflamação exacerbada”, explica Dr. Ricardo Mary, membro do time da sepse, diarista da Clinica Médica e Emergencista do Hospital São Domingos.
Dr. Rodrigo Azevedo, médico intensivista da UTI do Hospital São Domingos, explica que qualquer infecção, seja comunitária ou adquirida em hospitais, pode levar à sepse. "As infecções que mais resultam em sepse são as pneumonias, infecções urinárias e as infecções intra-abdominais. Tanto bactérias, vírus e fungos são capazes e provocar sepse”, explica.
Segundo Dr. José Raimundo Azevedo, Coordenador do time da Sepse e da UTI do HSD, o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais. “O uso de protocolos de tratamento e acompanhamento da sepse reduz o risco de óbito. Por isto, o Hospital São Domingos segue um protocolo de combate a esta doença, com profissionais capacitados para agir imediatamente”, complementa. Entre os sinais da Sepse estão: sonolência, frequência cardíaca alterada e pressão baixa. "Assim que começar a apresentar esses sintomas, a pessoa deve procurar o socorro médico", alerta.
Sensibilização
E é para que as informações cheguem ao maior número de pessoas que as ações de sensibilização serão realizadas em vários pontos da capital. A abertura da campanha será feita no dia 13, quando todo o mundo estará mobilizado em prol da conscientização da população sobre a importância de conhecer a Sepse, identificar seus sintais e combatê-la.
O lançamento da campanha, no dia 13, ocorrerá no Shopping da Ilha, com atividades das 19h às 21h, na Praça de Alimentação. Haverá palestras sobre a Sepse e sobre o protocolo adotado pelo Hospital São Domingos para combater o problema e ainda, apresentação da peça teatral Pão com Ovo sobre a temática.
Serão realizadas também panfletagem em pontos da cidade com grande movimentação de pessoas e sensibilização também no Shopping Passeio e Pátio Norte Shopping, onde serão também feitos atendimentos como aferição de pressão arterial, teste de glicemia.
Nos dias 14 e 15, as ações serão voltadas para o meio acadêmico. Serão promovidas conferências com estudantes de Enfermagem, Medicina e outros cursos da área médica de faculdades para debater com eles os avanços no combate à Sepse. No dia 16, a partir das 16h, a mobilização ocorrerá na Reserva do Itapiracó e a programação constará de palestras, prestação de serviços (aferição de pressão arterial, teste de glicemia, aula de zumba e caminhada).