SÃO LUÍS - Para alertar a sociedade para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o Hospital São Domingos promove atividades de sensibilização durante a campanha mundial Novembro Azul. O tema, este ano, é “A força do homem está na coragem de se cuidar”. São realizadas palestras, distribuição de flyers e ambientes do hospital estão decorados com elementos na cor azul para lembrar a campanha. No dia 17 de novembro – Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata – estão sendo programadas ações no hospital.
De acordo com a médica urologista do Hospital São Domingos, Patrícia Canelas, o câncer de próstata acomete a glândula prostática, que tem cerca de 20g, e está localizada abaixo da bexiga do homem. A doença acomete mais a população masculina de 40 a 60 anos.
Segundo a urologista, o câncer de próstata normalmente não tem sintomas, por isso, são importantes as consultas regulares ao urologista para a realização de exames, como o de sangue, conhecido como PSA, e o de toque retal, para rastreamento e diagnóstico precoce da doença. “Com o diagnóstico feito precocemente, as chances de cura do câncer de próstata são de 98%, por isso, alertamos os homens, durante a campanha Novembro Azul, para procurarem um médico regularmente”, afirma Patrícia Canelas.
Ela lembra que esse incentivo aos homens de se consultarem com regularidade tem sido um verdadeiro desafio, já que, culturalmente no Brasil, a população masculina não tem esse hábito. “Desde criança, a menina é levada ao ginecologista, mas com o homem não se criou esse hábito e eles acabam por se afastar dessa ida ao médico e de obter informações de tudo que se relaciona a sua saúde”, afirma a urologista do HSD.
Patrícia Canelas informa que o câncer de próstata não pode ser prevenido, então, precisa fazer o rastreamento da doença a partir dos 50 anos de idade, homens sem histórico de câncer de próstata na família (pai e irmão) e aos 45 anos caso seja negro ou tenha histórico de câncer na família. Quando o diagnóstico se faz de forma precoce e o tratamento é logo iniciado, o paciente tem grandes chances de cura.
“Se o diagnóstico for feito tardiamente, por exemplo, com metástase, as chances de cura diminuem e essa situação causa todo um sofrimento, tanto do homem quanto da família, por isso, o melhor mesmo é se consultar regularmente para ficar tranquilo quanto à sua saúde. O paciente que é curado do câncer de próstata tem uma vida toda pela frente e pode exercer suas atividades rotineiras normalmente”, salienta.
Estigma
A médica diz ainda que a ida do homem ao médico tem que ser vista como algo simples, sem medo. “Se o homem tem medo de ir ao médico por causa do toque retal, precisa se livrar deste estigma, pois é um exame físico simples, indolor, que dura segundos e que pode salvar sua vida. Em até 10% dos casos, o paciente pode ter todos os exames normais e no de toque retal alterado. Pela sua saúde e felicidade da sua família, ele precisa se livrar de preconceitos, consultar regularmente o urologista e fazer os exames essenciais para rastreamento do câncer de próstata”, completa.
Mas a realidade já vem mudando, pois um número crescente de homens começam a procurar os consultórios de urologistas. “Essa procura feita de forma espontânea é importante, inclusive, isso já está começando, pois tenho muitos pacientes indo ao consultório por vontade própria, principalmente neste período da campanha Novembro Azul”, informa Patrícia Canelas.
Na opinião da urologista, a campanha Novembro Azul, tem dado bons resultados, pois muitas pessoas já foram sensibilizadas e a tendência é de crescimento da adesão. “Mas o mais importante é fazermos com que o homem se consulte, pois como geralmente o câncer de próstata não tem sintomas, quando isso ocorre já está em estágio avançado, o homem precisa fazer os exames de rastreamento. Sabemos que se ele não sente nada, não se preocupa e nem se consulta com um médico, por isso, aproveitamos o Novembro Azul para massificar a importância das consultas para o diagnóstico precoce do câncer de próstata. E através dessa campanha tentamos também sensibilizar as mulheres para que elas nos ajudem nessa ida dos seus companheiros ao médico", afirma a médica.
Ela alerta para as propagandas negativas que estão sendo postadas em redes sociais que acabam aumentando o preconceito do homem em fazer o exame de toque retal. “É uma forma equivocada de falar do assunto, é uma mídia negativa que só aumenta o preconceito do homem pelo exame de toque e isso pode custar a própria vida dele. O que devemos fazer é incentivá-los a se cuidar”, conclui Patrícia Canelas.