Uma oportunidade para tirar dúvidas, aprender a lidar ou conhecer a endometriose, doença que atinge muitas mulheres e que acaba limitando suas rotinas devido aos sintomas e pode comprometer a fertilidade. É isto que proporciona o Encontro de Pacientes com Endometriose do Maranhão, que, na quarta-feira,8, teve sua segunda edição. O evento é promovido pelo Núcleo de Endometriose do Hospital São Domingos e destinado a profissionais de saúde, pacientes e à comunidade em geral.
Este 2º Encontro de Pacientes com Endometriose do Maranhão teve como palestrante, o psicólogo Victor Santos, que falou sobre “Os aspectos psicológicos da endometriose”. O evento também contou com a presença do coordenador da Ginecologia e do Núcleo de Endometriose do HSD, Dr. Alisson Chianca.
Victor Santos explicou que a endometriose não é somente um problema orgânico, já que pode desencadear aspectos psíquicos, sociais e emocionais, como ansiedade, depressão e outros. “A paciente com endometriose precisa de um acompanhamento multiprofissional, pois a doença, muitas vezes, provoca mudanças psicológicas que comprometem sua qualidade de vida, sofrimento psíquico, dor física e psicológica que provocam diversos transtornos e interferem em sua relação com a família e sua autoestima”, afirmou.
O psicólogo destacou a importância do diálogo com o médico e familiares, pois como a endometriose pode comprometer a vida sexual e a fertilidade, uma conversa clara pode ajudar a paciente a aceitar melhor a doença e o tratamento. “A avaliação da paciente deve ser integral, pois seu estado emocional é um fator que pode comprometer o tratamento. A somatização de sintomas nem sempre é identificada pelo médico e pela paciente e pode desencadear outros problemas, como depressão e ansiedade”, explicou ele ao público no encontro.
Núcleo de Endometriose
Dr. Alisson Chianca falou sobre os aspectos orgânicos da doença, explicando o que é, sintomas, tratamento e tirou dúvidas dos presentes. Ele destacou o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Endometriose do Hospital São Domingos no acolhimento das pacientes durante o tratamento, lembrando que o HSD conta com total estrutura e a equipe especializada nesta área.
“O tratamento da endometriose é individualizado, pois é necessário se levar em consideração diversos aspectos da vida da paciente para definição da melhor conduta terapêutica, que pode melhorar a sua qualidade de vida”, afirmou Dr. Alisson Chianca.
O médico lembrou que é importante a mulher atentar para alguns sinais que podem indicar endometriose, como cólicas intensas que não melhoram com medicação e perduram por longos períodos. Ele reforçou também a necessidade de acompanhamento, pelo especialista, para identificação das questões psicossomáticas da doença.
Cólica é o sintoma da doença que mais aflige as pacientes e chega a comprometer suas rotinas. Presente ao encontro, Vanessa Laís Pereira, por exemplo, contou que sofre muito com cólicas, ao ponto de não conseguir cumprir compromissos rotineiros por causa da dor. “Eu sofro muito com cólicas. A dor é tão intensa que fico de cama quando estou menstruada, mas estou fazendo tratamento”, disse.
Arielly Ferreira também tem sua rotina comprometida pelas cólicas. “O que tem me ajudado é conhecer e entender mais a endometriose, tratamentos e como agir para atenuar as dores”, afirmou. O próprio Encontro tem contribuído para isso, segundo ela.
Essas e outras histórias foram compartilhadas por pacientes durante o evento, que, além da informação, promove a integração entre pacientes.
O Encontro inclusive atraiu o técnico em Enfermagem Iury Augusto Silva, que ficou curioso em obter informações sobre a doença. “Eu sou seguidor do Hospital e quando vi a informação sobre esse encontro, quis participar para conhecer mesmo o que é. Tenho uma amiga que sofre com essa doença e vim conhecer o que é, até mesmo para tentar ajudá-la. Além disso, como sou da área de saúde, quero estar informado sobre a endometriose”, disse ele.
