Você sabia que o diagnóstico precoce da fase pré-clínica do Alzheimer pode reduzir o avanço dos sintomas e trazer maior qualidade de vida aos portadores da doença?
A doença do Alzheimer tem como uma das características principais a perda da memória. De acordo com o coordenador do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital São Domingos, Dr. Wawrwyk Mendonça, existem ferramentas diagnósticas que podem ajudar os médicos, de forma complementar aos sinais clínicos, a confirmar precocemente aqueles pacientes com maiores chances de desenvolver o Alzheimer. Os exames são realizados após a análise clínica feita pelo neurologista, geriatra ou psiquiatra diante do surgimento dos primeiros sinais da doença. E o principal deles é o PET-CT ou PET Scan, disponível no Hospital São Domingos.
“Descobrindo-se, de forma antecipada, o risco de a pessoa vir a desenvolver a demência de Alzheimer, o médico pode instituir um tratamento precoce. Sabemos que o Alzheimer não tem cura, mas pode-se reduzir seus efeitos, proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes”, explica Dr. Wawrwyk Mendonça.
Ele informa que o PET-CT pode ajudar o médico a definir os padrões e critérios clínicos com maior acurácia, identificando, precocemente os sinais do Alzheimer na fase pré-clínica, possibilitando o retardo no surgimento de sintomas limitantes da doença em fase avançada. Estudos mostram que somente com o exame clínico, o percentual de certeza do diagnóstico da fase pré-clinica gira em torno de 60% a 70% . Acrescentando o PET-CT ao arsenal de investigação este percentual pode chegar a 92%. Esta fase pré-clínica, é denominada como Comprometimento Cognitivo Leve(CCL).
Avanço da idade
O médico afirma que as doenças crônicas estão relativamente relacionadas ao avanço da idade. Estudos mostram que a incidência delas aumenta de 4 a 8 vezes a partir dos 40 anos. E uma delas é a demência de Alzheimer, que pode se iniciar a partir dos 60 anos de idade.
Indivíduos normais podem apresentar déficits de memória quando estão cansados, vivendo um ambiente alheio à sua rotina normal, ou quando são requeridos a lembrarem de informações que não são utilizadas em época recente, como nome de pessoas, número de telefone etc. Estas queixas começam a merecer atenção especial quando passam a interferir no cotidiano do indivíduo.
Perda da memória
Uma das características marcantes da demência de Alzheimer é a perda de memória episódica recente e déficit de aprendizado, e pode ser identificada no dia a dia do idoso, geralmente através de um informante próximo que conhece a pessoa em questão, como por exemplo, não lembrar da “prosa” e bate-papo do jantar em família na noite anterior, em outro norte, a pessoa começa de uma hora para outra a desaprender o que fazia com facilidade, por exemplo, pagar uma conta ou fazer uma compra no supermercado com um maior intervalo de tempo.
Entretanto, Dr. Wawrwyk Mendonça enfatiza que nem todos os idosos que têm episódios de esquecimento desenvolvem Alzheimer. “Nem todas as pessoas que apresentam esquecimento vão desenvolver Alzheimer, mas em cerca de 80% das pessoas que possuem a doença hoje, foram identificados alterações típicas de Comprometimento Cognitivo Leve que podem ser evidenciadas e confirmadas no exame PET-CT anos antes, com até seis anos de antecedência pelo menos”, informa ele.
Conversão
A identificação precoce do CCL toma uma outra dimensão quando observamos a taxa de conversão anual dos pacientes portadores para Doença de Alzheimer, ou seja, piora clínica. Em uma população normal de idosos, somente 2% das pessoas desenvolvem Alzheimer a cada ano. Já nos indivíduos que apresentam CCL, a taxa de conversão anual é de 10-15%. Ou seja, de um grupo de 100 indivíduos com CCL, 10 a 15 terão o Alzheimer a cada ano.“E mais ainda, além do risco aumentado de desenvolver Doença de Alzheimer, os portadores do CCL têm maior morbidade e mortalidade comparadas à população normal, bem como, apresentam maior necessidade de internações de longa permanência. Por isso é importante a avaliação clínica de cada caso após o surgimento de sintomas e a comprovação com o PET-CT”, completa Dr. Wawrwyk Mendonça.
Estatísticas
42 milhões de indivíduos - É a estimativa de pessoas com idade acima de 60 anos no Brasil, em 2030;
80% - É o índice de aumento dessa população entre 2014 e 2030. O Brasileiro está vivendo mais;
47 milhões de pessoas - Estimativa da quantidade de pessoas acometidas pela demência de Alzheimer em 2015 em todo o mundo;
140 milhões de pessoas - Estimativa do volume de pessoas acometidas por estados demenciais em 2050. Aproximadamente o triplo em relação a 2015.